ティモンはお気に入りです : Timão é o favorito

Por que há um certo temor em dar o favoritismo ao representante sul-americano no Mundial de Clubes? Eu vejo que muita gente coloca Chelsea e Corinthians num mesmo patamar hoje,
algo que tem certa lógica e evita maiores riscos por parte dos palpiteiros, mas alguns ficam com uma pulguinha atrás da orelha querendo dar vantagem ao Timão e ao mesmo tempo temendo ser ridicularizado por essa “ousadia”. Especialmente os que acompanham com mais frequência e atenção o futebol internacional parecem receosos em cravar o Corinthians como o mais cotado, não sei se há alguma vergonha em fazer isso. Eu sou bem sem vergonha nesse sentido. Para mim, o Corinthians e o Chelsea alternaram favoritismo desde que conquistaram seus títulos continentais. Se tivesse um duelo em campo neutro pouco depois da Libertadores e da Champions League, apostaria todo meu dinheiro (se fosse obrigado, é claro) no time paulista, mais confiável. A situação não mudou tanto para o Corinthians depois disso, o segundo turno muito bom no Brasileiro atesta isso. Tite ainda ganhou algumas opções novas para seu time, perdendo apenas Alex. Já o Chelsea vive se transformando desde então, primeiro melhorando acentuadamente e mostrando um jogo mais vistoso, depois sucumbindo e sendo uma equipe deveras vulnerável, nada assustadora. A derrota do Corinthians para o time reserva do São Paulo fez com que alguns colocassem em dúvida a capacidade do clube do Parque São Jorge. Não acho que esse tropeço na rodada derradeira do Nacional terá grandes consequências e reflexos no Mundial, a não ser a possível perda de Guerrero por lesão. Os titulares corintianos certamente terão muito mais atenção e aplicação na disputa no Japão, coisa que não garanto nenhum pouco pelo lado do Chelsea. Os ingleses são os times que tradicionalmente menos se importam com o Mundial, e o clima em Stamford Bridge não está nada favorável a motivação, correria, vontade, coração etc. Se a torcida do Corinthians promete invadir o Japão com fome, o Chelsea viajará desgastado com uma maratona de jogos e abandonado pela sua torcida. Aliás, pior que abandonado, o time está sendo crucificado pela troca de treinador. Roberto Di Matteo era não só uma figura querida pela torcida como era um aliado de alguns dos principais jogadores do grupo, como o capitão Terry, que ligou para o ex-técnico oferecendo ombro amigo. Rafa Benítez tenta sem sucesso até agora ganhar a tribuna e os vestiários, bagunçou o ataque que vinha funcionando com uma linha insinuante de três meias ofensivos. Oscar mesmo recebeu um pé no freio, e Niño Torres, homem de confiança do técnico espanhol desde o Liverpool, continua de mal com as redes. A defesa, que deveria melhorar, ainda permanece acessível aos rivais. No cruzamento das semifinais, o Corinthians não terá a moleza que muitos esperam. O egípcio Al Ahly, maior campeão africano, é um time que deve oferecer resistência, montar um bom bloqueio defensivo e jogar com determinação. Até em torcida o rival tem grande poderio, computando cerca de 40 milhões de torcedores em seu país, mais que o Corinthians no Brasil. O Chelsea também deverá penar contra seu adversário de estreia, seja esse qual for. As perspectivas são de semifinais apertadas, com placares baixos, e talvez com poucas chances de gol. Esse também tende a ser o cenário da possível final entre os campeões de América do Sul e Europa. E, creio neste momento, que o Timão levará sim vantagem, mesmo que pequena. Isso pela fase instável do time inglês e pela diferença de disposição dos clubes. O Chelsea tem chance de vencer em jogadas individuais, mais que o Corinthians, mas o momento não parece ser favorável para estrelismos de parte a parte Lembro do Mundial de 2000 no Brasil vencido pelo Corinthians. O Real Madrid vivia uma fase de transição e instabilidade, parecida com a que o Chelsea passa agora. Só que o Real Madrid, na fase de grupos em São Paulo, levou bem a sério aquele Mundial, como manda sua vocação internacional e sua histórica ligação com a Fifa. O Manchester United, que chegou com uma equipe bem mais pronta e coesa, é que aproveitou no Rio o verão quase o tempo todo. O Chelsea será um misto do Real e do Manchester do primeiro Mundial da Fifa. Deverá enfrentar as incertezas e as crises dentro do elenco do time espanhol, que tinha Casillas e Del Bosque em processo de afirmação (além de Guti dando piti), e ostentar a postura blasé dos Red Devils naquelas férias de luxo, com Sheringham comandando as festas com as bebidas e as garotas na praia e no hotel paradisíaco. O Chelsea tem chance de vencer em jogadas individuais, mais que o Corinthians, mas o momento não parece ser favorável para estrelismos de parte a parte. Hazard foi deslocado de posição e está meio perdido em campo, já não brilha como no início da temporada, Mata será potencialmente o rival mais perigoso. Os senadores dos Blues, como Terry e Lampard, sofrem com lesões e especulações sobre suas saídas do time. Cech mesmo não passa mais a confiança de outrora. Rafa Benítez, tratado oficialmente como interino pelo Chelsea, é quem está mais desconfortável na equipe. E ele tem fama de se perder em muitos momentos com um rodízio de jogadores nem sempre positivo para o clube. É possível que Rafa Benítez monte um time para a semifinal e mexa em um bom número de peças para a decisão contra o Corinthians. Tite deverá fazer exatamente o contrário. No aspecto físico, o Corinthians tem boa chance de triunfar, pois soube descansar o elenco em meio ao Brasileiro e conta com alguns fenômenos atléticos, como Ralf e Paulinho, a melhor dupla de volantes do Brasil (Ramires é um animal também, mas é um só). No lado psicológico, teremos um Corinthians jogando pela vida e o outro time atuando em banho-maria. Isso é uma faca de dois legumes, como diria o mais folclórico dos cartolas corintianos. O Timão pode tanto engolir o adversário menos comprometido e interessado como pode cometer erros por causa do nervosismo e da pressão. Nesse sentido, o duelo contra o São Paulo foi um excelente teste. O Corinthians enfrentou um time mais ligado, mais pilhado, e se deu mal. Terá que jogar firme já na semifinal para não ser surpreendido e, na decisão, não poderá dar vacilos tolos, como os de Wallace e Jorge Henrique. Dentro das condições normais de temperatura e pressão, neste momento em que o Corinthians decola para o jogo mais midiático de sua história, ele é favorito. Resta saber se o Chelsea terá tempo até a final para mudar de novo esse cenário mais favorável ao Timão. Eu mascaradamente acredito que não terá. E, pior, não sei nem se o Chelsea está querendo muito mudar isso.
Corinthians leva vantagem pela fase instável do Chelsea e pela diferença de disposição dos clubes no Mundial
fonte: foxports.com.br
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